Cheguei a medo. Não sabia ao que ia ou quem me ia receber.
Entrei, e na primeira porta onde vi um rosto amável, disse "Olá, bom dia, este é o meu 1º dia..." ao que recebi em resposta "É a Sofia?". Senti-me mais segura. Era a enfermeira Luísa. Uma senhora que nasceu para estar ali. Sempre sorridente e com uma paciência incrível.
Dos outros pacientes, conheci a Liliana, que estava eufórica, pois de tarde iriam ao estádio do Dragão, e a duas Anas. Foram elas que me fizeram companhia na sala de leitura, enquanto esperávamos pela 1ª actividade: o relaxamento. Soube que a Liliana tinha tido um esgotamento, pois trabalhava 12 horas numa residencial. Uma das Anas já lá tinha estado várias vezes. Sofria de anorexia, bulimia e depressão. Mas já lhe tinham dito que estava prestes a ter alta. A outra Ana tinha dificuldades em falar e locomover-se. Percebi que tinha uma depressão, mas não percebi se foi por isso que ficou assim.
Entretanto, chegada a hora da terapia, fui chamada pela enfermeira Luísa para falar com ela e com a assistente social. Não faria o relaxamento naquele dia. Numa sala então, munidas de um maço de folhas, foram fazendo perguntas. Perguntas simples, e perguntas que faziam doer a alma. Mas contei tudo. A única forma de nos livrarmos de fantasmas é aprender a falar sobre eles sem medos. E foi o que fiz. Disseram logo que aquela era só a primeira vez e que ia ter que falar muito enquanto lá estivesse, por isso que me preparasse.
Quando saí, conheci as instalações. Havia uma sala de convívio, uma sala com jogos e computadores, a sala de actividades, um pequeno barzinho, a sala da pintura e trabalhos manuais, a cozinha, onde cada dia um de nós era responsável por fazer um bolo, uma sala com bilhar e matrecos, e um jardim, grande, onde havia uma estufa onde nós éramos responsáveis pela manutenção das plantas. Era linda!
Conversei um pouco sobre Luanda com um enfermeiro, enquanto a enfermeira Luísa tomava café, e depois fiz horas para o almoço. Preenchi uma ficha sobre a terapia ocupacional, com as actividades que gostava mais e menos, e almocei, Basicamente só comi uma laranja, não me sentia à vontade ali...
Depois do almoço disseram que eu podia ir embora, porque não ia acontecer nada de tarde, iam todos ao Estádio do Dragão.
E foi assim que ma manhã pareceu incrivelmente longa....
Phi
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